Concorrentes corruptos lesam 30% dos negócios no mundo

Unfair Competition

Imagem: Mehdi Amini/Cartoon Movement

A corrupção continua a ser um grande custo para os negócios internacionais, de acordo com uma nova pesquisa divulgada pela Control Risks, que revelou que 30% dos entrevistados relataram perder negócios para os concorrentes corruptos.

Os números foram particularmente altos na Indonésia (42%), em comparação com apenas 14% das empresas australianas pesquisadas. No Brasil, a percepção deste risco é de 38%.

Em uma observação similar, a nível mundial, 30% dizem ter decidido não realizar negócios em países específicos devido à percepção do risco de corrupção. 41% dos entrevistados relataram que o risco de corrupção foi a principal razão para saírem de um negócio em que eles já tinham gasto tempo e dinheiro. A situação para as empresas chinesas foi relativamente baixa – de apenas 27% – em comparação com 44% para as empresas norte-americanas.

Mas o quadro está melhorando. 81% dos entrevistados concordam que as leis anticorrupção internacionais duras, tais como a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior dos EUA (US Foreign Corrupt Practices Act) “melhoram o ambiente de negócios para todos”. Esta opinião foi compartilhada por 80% dos entrevistados na Índia, e 79% das pessoas na Indonésia, apesar de relativamente elevados níveis de corrupção nos seus países.

A pesquisa também mostra que ainda existem grandes variações na maturidade nos programas de combate à corrupção das empresas. No pior dos casos, as abordagens convencionais de compliance podem aumentar o risco, porque eles levam a “um sentimento equivocado de complacência” quanto à irregularidade.

A pesquisa da Control Risks revela que as empresas estão agora mais dispostas ao confronto quando lidam com alguma suspeita de corrupção nas licitações. 27% das empresas disseram que iriam apresentar queixa contra um concorrente que ganhasse um contrato se eles percebessem que o tinham perdido devido à corrupção, em comparação com apenas 8% dos entrevistados em 2006.

Em 2006, apenas 6,5% dos entrevistados disseram que iriam apelar às autoridades, em comparação com 19% em 2015, com 24% dos entrevistados dizendo agora que eles iriam tentar reunir provas para uma ação legal.

As empresas sentem que a legislação internacional anticorrupção está melhorando o ambiente de negócios. A maioria dos entrevistados acredita que estas leis tornaram mais fácil para as boas empresas operar em mercados de alto risco (55%) e serviram como um elemento desestimulante para os concorrentes corruptos (63%).

A corrupção continua a ser um problema significativo em países como Índia, Indonésia, África do Sul e Brasil devido à falta de regulamentação do governo de negócios internacionais, disse a Control Risks. O medo de consequências negativas é o meio de dissuasão mais comumente citado para o comportamento corrupto, disseram os entrevistados. No entanto, as empresas não estão estabelecendo os incentivos apropriados para desencorajar a corrupção, a empresa de consultoria disse.

Richard Fenning, CEO da Control Risks, disse em um comunicado:

“Muitos bons negócios estão deixando de ser desenvolvidos por conta da concorrência corrupta, ou optando por não correr o risco de investimento ou entrada num novo mercado principalmente pelo medo de se deparar com práticas corruptas.”

 

Fontes: Interprise Innovation e International Business Times

 

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